• Narcisismo em Freud

    07 Narciso 1

     

    Freud desenvolveu o conceito de Narcisismo pautado no Mito de Narciso. Ele distinguiu dois momentos o narcisismo primário e o narcisismo secundário.

    O que caracteriza o narcisismo primário para Freud é a satisfação da libido através do auto-erotismo, uma vez que o eu ainda não está constituído como tal, os objetos estão investidos pelas pulsões são as próprias partes do corpo.

    Os pais tem fundamental importância na constituição do narcisismo primário na criança, pois produzem uma reprodução do narcisismo dos pais que atribuem ao filho todos os seus desejos de perfeição e projetam na criança seus sonhos que por ventura tiveram que renunciar. É como se “sua Majestade o Bebê” realizasse os sonhos de desejo que os pais não puderam por em prática. Considera-se portanto, o encontro entre o narcisismo nascente no bebê e o narcisismo renascente dos pais.

                Já o narcisismo secundário corresponde ao narcisismo do eu, ou seja, o retorno do investimento nos objetos, transformado em investimentos do eu.  Para tal o sujeito se concentra no objeto suas pulsões sexuais parciais, posteriormente, esses investimentos retornam para o eu, desta forma a libido toma o eu como objeto.

    Com o passar do tempo a criança passa a se submeter às exigências do meio em que está inserida, estas exigências se traduzem através da linguagem. Quando a criança percebe que não só ela é objeto de amor da mãe, é acometida por uma ferida ao narcisismo primário. A partir de então busca reconquistar o amor da mãe, no entanto, tal movimento só pode ser realizado através da satisfação das exigências do ideal do eu, ou seja, as representações culturais e sociais, os imperativos éticos tal como são transmitidos pelos pais.

    Freud indica que o desenvolvimento do eu consiste em distanciar-se do narcisismo primário. O complexo de castração é o elemento mais importante que importuna o narcisismo primário, pois é através dele que se opera o reconhecimento de uma incompletude que desperta o desejo de recuperar a perfeição narcísica.

    O narcisismo secundário é portanto, o investimento libidinal (sexual) da imagem do eu, sendo essa imagem constituída pelas identificações do eu com as imagens dos objetos.

    Freud postula ainda a questão da neurose narcísica que implica na fixação na primeira fase do narcisismo, como exemplo, os esquizofrênicos realmente retiraram sua libido das pessoas e do mundo exterior, ou seja, se produz uma retirada da libido com a qual o objeto estava investido, por isso o eu acumula toda a libido, que ali se estagna, e o objeto se separa dele. O corte do objeto é correlato a uma suspensão da circulação da libido.

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